ELEIÇÕES 2006 - PDT oficializa Cristovam Buarque como candidato à Presidência da República

19/06/2006 - 21h02

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio - A convenção nacional do PDT decidiu no início da noite que o senador Cristovam Buarque (DF) é o candidato do partido à Presidência da República nas eleições presidenciais deste ano. A decisão foi tomada depois de horas de discussão, em reunião fechada. A Executiva do partido indicara a candidatura à convenção, mas um grupo de delegados defendia que o PDT deveria permanecer sem candidato para liberar o partido para alianças estaduais mais amplas e diversas.

Na votação, realizada no começo da noite, a proposta da Executiva foi vencedora, com 236 votos a favor e 97 contra. Em seu discurso, após a divulgação do resultado, Buarque apresentou-se como uma alternativa ao Partido dos Trabalhadores (PT), ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e também ao Partido Socialismo e Liberdade (Psol).

"Temos total clareza de que nossa proposta é diferente", disse. "Eles (Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin) vão propor o mesmo, de que basta aumentar meio ponto na taxa de crescimento que os problemas brasileiros se resolvem. De outro lado, nós temos o discurso heróico e batalhador da Heloísa Helena (pré-candidata do Psol), mas sem dizer como fazer para mudar o Brasil. Nós vamos mostrar que é possível fazer uma transformação social nesse país."

Durante a convenção, houve tumulto e bate-boca entre as duas frentes, pró e contra a candidatura própria. O grupo gaúcho do partido chegou a retirar-se da convenção, por não concordar com o desenrolar da reunião, mas acabou retornando e defendeu posição contrária à candidatura própria, assim como outros nove diretórios regionais.

Os defensores da não-candidatura própria temiam que um candidato à presidente do PDT engessasse as alianças políticas nos estados, devido à regra de verticalização. Outro temor é que o partido não alcance o mínimo de 5% dos votos válidos no país e, com isso, perda direito a funcionamento parlamentar, devido à cláusula de barreira.

Segundo o presidente do partido, Carlos Lupi, agora o PDT trabalhará em busca de alianças para a disputa presidencial. "Nós vamos conversar com vários partidos que ainda não se decidiram e ver as possibilidades de aliança. Estamos conversando com o PHS, com o Prona. Nós estamos abertos ao diálogo com todas as forças que queiram mudar essa situação que o país está vivendo", afirmou. Ainda não foi decidido quem será candidato a vice na chapa de Cristovam.

A convenção nacional do PDT foi realizada na Fundação Brizola/Alberto Pasqualini, no centro do Rio.