Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil

Rio - O cineasta Nelson Pereira dos Santos lembrou o início de sua carreira e comparou as "andanças pelo Brasil afora" ao trabalho dos 40 selecionados para a segunda edição do projeto Revelando os Brasis, do Ministério da Cultura, na aula inaugural dada hoje (19).

Segundo o cineasta, "na época do Juscelino [Kubitschek], quando nós saíamos para fazer documentários sobre as obras públicas, todos pensavam que éramos engenheiros do DNER [Departamento Nacional de Estradas de Rodagem], que carregavam tripés e câmeras". Ele acrescentou: "Vocês me fazem lembrar dessa época, da descoberta das várias faces de um país".

Até o dia 30, os selecionados – moradores de municípios com menos de 20 mil habitantes que estão produzindo vídeos digitais sobre suas comunidades – participarão de oficinas na sede do Canal Futura, parceiro do projeto. Essas produções também serão exibidas pelo canal de TV a cabo, em novembro.

Entre os participantes do projeto está o indígena José Kaxinawá, de 23 anos, que vive no município de Jordão, no Acre. "Para mim e para a minha aldeia, vai ser muito importante a exibição desse documentário. É sobre a história do meu pai, que aprendeu a ler com os seringueiros, fez faculdade de Letras e hoje dá aulas na nossa aldeia", contou.

O secretário do Audiovisual, Orlando Senna, informou que as produções selecionadas estão igualmente divididas em documentários e obras de ficção. E anunciou que tenta negociar uma terceira edição do Revelando os Brasis, projeto que "amplia o acesso dos brasileiros à linguagem audiovisual".