Até o fim do ano, Casas das Famílias devem atender mais de 1.600 municípios, diz ministério

19/06/2006 - 14h49

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Até o final do ano, mais 266 Centros de Referência da Assistência Social (Cras), as chamadas Casas das Famílias, serão implantadas em todo o país. Com isso, o número de casas passará para 2.244 e o número de municípios atendidos chegará a 1.621. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

"É um programa que visa atender todas as famílias pobres. Queremos chegar a todos os municípios do Brasil", disse o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias.

Com maior número de Casas das Famílias, são necessários profissionais capacitados para o atendimento. Cerca de dois mil coordenadores dessas casas estão reunidos em Brasília no 1º Encontro Nacional de Coordenadores de Cras, que vai até quarta-feira (21).

No encontro, serão discutidos temas como transferência de renda, ações articuladas no território e atenção integral às famílias. O coordenador da Casa da Família do município de Maarã, no Amazonas, Francisco Lindomar Alves, um dos participantes, disse que está ansioso para trocar experiências com coordenadores de outros estados. "É de grande importância trazermos e também levarmos essas experiências para outros municípios e estados", afirmou.

Segundo Alves, em Maarã, através das Casas das Famílias, as famílias de comunidades ribeirinhas participam de cursos voltados para a pesca. "Não podemos mais ter assistencialismo, só entregar e não ter nada em troca. Levamos a geração de renda". As famílias são orientadas também para tirar documentos e registrar as crianças.

A coordenadora da Casa das Famílias de Coari, também no Amazonas, Joelma Gomes, ressalta que os profissionais precisam estar preparados para trabalhar de acordo com as especificidades de cada região. Em seu município, parte dos atendimentos precisa ser feita de barco. "Nossas cidades são rios", disse ela, ao explicar que, dos dois Cras de Coari, um é o barco que atualmente visita parte das comunidades ribeirinhas da região.

"Identificamos essa necessidade de que a pessoa que mora na área rural também é um cidadão e tem, portanto, direito assegurado na Constituição", acrescentou Joelma.

As Casas das Famílias funcionam como porta de entrada para o atendimento social em um município. Elas são instaladas em áreas da cidade onde há maior número de famílias em situação de vulnerabilidade. As famílias de baixa renda que procuram as Casas são atendidas e orientadas por psicólogos e assistentes sociais e encaminhadas para os programas sociais do governo adequados para cada caso, como, por exemplo, o Bolsa Família e o Sentinela.

As unidades começaram a ser instaladas em 2005 com parte do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). De acordo com o secretário nacional de Assistência Social do MDS, Oswaldo Russo, as Casas já atenderam 1 milhão de famílias e têm potencial para atender 8 milhões.