Recife, 12/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - A Anistia Internacional, instituição que atua em favor dos direitos humanos, vai propor às autoridades da área de segurança pública do governo de Pernambuco a adoção de um plano emergencial para conter o avanço da violência praticada contra pessoas do sexo feminino. Desde o início do ano, foram assassinadas 154 pernambucanas, de acordo com denúncia apresentada por integrantes do Fórum Estadual de Mulheres.

A informação foi dada hoje (12) por Tim Cahill, representante da entidade que congrega representantes de mais de 150 países, durante audiência pública promovida pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos, na Assembléia Legislativa. Ele investiga na capital a situação de violação dos direitos humanos e de exclusão social. E explicou que as recomendações ao estado incluem adoção de políticas públicas integradas nas áreas de saúde, educação e moradia em locais de maior índice de criminalidade.

"A situação em Pernambuco é preocupante – e ainda mais porque o número de homicídios aumenta a cada mês, sem que muitos dos criminosos sejam punidos", enfatizou o representante da Anistia Internacional.

A secretária estadual de Justiça e Cidadania, Mirtes Cordeiro, informou que nos próximos dois meses serão instalados um núcleo de defensoria feminina e um centro de referência para mulheres, no bairro do Pina.

Na quarta-feira (14), Tim Cahill e Patrick Wilcken, também da Anistia Internacional, participarão de debates sobre segurança pública, violência policial e direitos humanos, na Universidade Católica de Pernambuco. Até sexta-feira (16) eles ainda visitarão unidades prisionais e bairros da periferia, nesta última etapa da viagem que incluiu os estados de Sergipe e Bahia, e o Distrito Federal.