Com novos hospitais, número de leitos para média e alta complexidade vai dobrar no Pará

12/06/2006 - 17h43

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil

Rio - Os hospitais que estão sendo implantados no interior do Pará vão contar com unidades de tratamento intensivo (UTI) e berçário patológico - onde são tratados os bebês recém-nascidos que exigem cuidados especiais. O contrato que viabiliza a implantação dos hospitais regionais foi firmado hoje (12), no Rio, entre o governo paraense e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Com a implantação das unidades hospitalares nas cidades de Santarém, Altamira, Redenção e Breves, na Ilha de Marajó, vai dobrar o número de leitos para média e alta complexidade no estado - hoje existem cerca de 500 e estão concentrados principalmente em Belém. No interior do estado, somente um hospital inaugurado recentemente na cidade de Marabá oferece esse tipo de serviços.

O contrato, de R$ 161,6 milhões, prevê ainda a construção de um hospital mais simples, com abrangência municipal, na cidade de Tailândia, e a ampliação da unidade oncológica do Hospital Ophir Loyola, em Belém. Ao todo, 2.417 pessoas, 36% da população paraense, serão beneficiadas com a ampliação da rede pública de saúde.

Segundo o diretor da área de infra-estrutura do BNDES, Élvio Gaspar, a expectativa do banco, ao financiar esse tipo de investimento, é contribuir para as políticas federais de descentralização do atendimento de média e alta complexidade na área de saúde. "Nosso projeto de desenvolvimento regional pressupõe isso: levar serviços públicos de qualidade, levar desenvolvimento, enfim, qualidade de vida onde as pessoas estão por este Brasil afora", afirmou.

O primeiro contrato do banco nessa área foi assinado em maio com o governo do Piauí, para construção de 35 hospitais de pequeno porte e reforma de 75 postos de saúde. O contrato previa também a implementação de um sistema integrado de controle e consulta de leitos.

Gaspar garantiu que o banco está disposto e tem recursos para apoiar todas as iniciativas estaduais para fortalecer os hospitais regionais e aproximar o serviço de saúde das pessoas: "Para todos os estados que estiverem interessados e puderem, o banco tem recursos. Não faltarão recursos para bons projetos e para as boas políticas públicas", disse ele.

Serão investidos na implantação e modernização dos hospitais paraenses, mais de R$ 257 milhões. O BNDES entrou com 62,8% dos recursos e o governo do Pará, com os 37,2% restantes.

Os hospitais já estão em fase de conclusão e devem ser inaugurados até o final deste ano.
O governador do Pará, Simão Jatene, disse acreditar que a descentralização e municipalização dos serviços de saúde é um fator importante para consolidar as fronteiras da ocupação humana no estado e conter o avanço sobre as florestas.