BNDES e governo paraense firmam contrato para implantação de hospitais regionais

12/06/2006 - 16h05

Rio, 12/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - Cerca de dois milhões de pessoas que moram no interior do estado do Pará deverão ser beneficiadas com a implantação de quatro hospitais regionais que vão oferecer serviços de média e alta complexidade. Um contrato assinado hoje (12) entre o governo do estado e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai permitir a instalação de hospitais nas cidades de Santarém, Altamira, Redenção e Breves (na Ilha de Marajó).

O contrato, de R$ 161,6 milhões, também inclui a criação de um hospital mais simples, com abrangência municipal, na cidade de Tailândia, e a ampliação da unidade oncológica do Hospital Ophir Loyola, em Belém. Ao todo, 2.417 pessoas, 36% da população paraense, serão beneficiadas com a ampliação da rede pública de saúde.

Atualmente, pacientes de municípios como Altamira e Redenção que necessitam de atendimentos considerados de média complexidade, como ultrassonografias, exames ginecológicos, fisioterapia, cirurgias, próteses, ginecologia e anestesia, ou de alta complexidade (como quimioterapia, radioterapia, hemoterapia e cirurgias cardíacas), precisam ir até a capital, Belém, para serem atendidos pelo SUS.

Em alguns casos, é necessário percorrer até 600 quilômetros para ser atendido. A situação piora na época das chuvas, quando muitas estradas ficam interditadas e o acesso à capital só é feito por meio de avião.

Segundo o governador do Pará, Simão Jatene, a implantação dos hospitais permitirá a redução dos gastos com os chamados Tratamentos Fora de Domicílio (TFD), que totalizaram, só no ano passado, cerca de R$ 8 milhões. Os principais motivos de transferência de pacientes são as cardiopatias e as complicações pós-parto.

Jatene salientou, no entanto, que o maior ganho não é financeiro, e sim a possibilidade de dar maisconforto ao paciente, que poderá fazer o tratamento sem se afastar da família."Não é possível mensurar isso (os benefícios) em termos financeiros. A pessoa que procura um hospital já está fragilizada. Se precisa ser atendida fora da sua região, ela perde toda a retaguarda familiar que é extremamente importante, inclusive para a sua recuperação", afirmou o governador.