Milena Assis
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os problemas da saúde indígena se devem à transferência das responsabilidades da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para organizações não governamentais (ONGs) e prefeituras. A opinião é do vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Saulo Feitosa.
"A Funasa se pauta em uma política de assistência terceirizada, através de convênios. Quando um convênio se esgota, a assistência é suspensa até que outro seja renovado. Isso gera um caos na assistência à saúde indígena", disse hoje (31) o vice-presidente do Cimi.
O Cimi lançou hoje (30) o relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, com dados sobre violência entre os anos de 2003 a 2005. O relatório, que não é publicado desde 1997, mostra uma série de violências causadas por conflitos territoriais, abuso sexual, mortes causadas pela desnutrição, além de suicídios, assassinatos e homicídios.
Para Feitosa, há uma relação inversamente proporcional entre demarcação de terras e violência. De 2003 a 2005, a média de terras indígenas foi de seis, enquanto a média de assassinatos por ano foi mais de 40. "Quanto menos se demarca terras, mais surgem casos de violência", disse.