ELEIÇÕES 2006 - Política é esperança da população para resolver injustiças e deformações, diz Aldo

31/05/2006 - 10h26

Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio - As eleições deste ano podem ter uma margem de voto nulo e em branco, mas o eleitor vai votar em larga escala porque, no Brasil - por ser um país injusto, desequilibrado e deformado - a política ainda é uma esperança da população para resolver, pelo menos, parte dessas injustiças e deformações.

A afirmação foi feita pelo presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP), em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional. "Principalmente entre a população mais pobre haverá uma votação grande, se não em candidatos que possam ter sido acusados de alguma irregularidade, em outros que não sofreram este tipo de acusação".

Segundo Aldo, basta lembrar que a imensa maioria da Câmara dos deputados, que não sofreu qualquer tipo de acusação ou envolvimento em irregularidades, foi responsável também pela aprovação de matérias importantes para a população e para o país. "Acho que isso será levado em conta na eleição".

Para o parlamentar, é possível que aspectos importantes da reforma política sejam votados pelo Congresso, como foi o caso da aprovação das medidas moralizadoras de campanha; o voto em lista - que ele considera importante - e o financiamento público de campanha. "Algumas dessas medidas podem ser votadas porque já foram aprovadas nas comissões permanentes e especiais da Câmara e guardam, se não um consenso, pelo menos uma opinião favorável da maioria".

Na avaliação de Aldo, a cláusula de barreira - pela qual os partidos têm de atingir um percentual mínimo de votos para exercer todas as funções partidárias, como o direito à liderança - vai excluir muitos partidos da vida institucional e partidária do país. Ele acrescentou, no entanto, que isso não irá alterar muito a situação do país, porque os defeitos e deformações que ocorrem no Brasil, não estão nos partidos, mas no próprio país.

"Tentar consertar os defeitos do país olhando para as instituições é como querer consertar a sombra de uma vara torta. A reforma que precisamos fazer nas instituições precisa ser acompanhada da reforma que o próprio país precisa sofrer. Enquanto formos um país desigual, injusto e desequilibrado, naturalmente, não tem instituição que vai funcionar perfeitamente nesta situação", disse.