Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou hoje (25) que o primeiro presídio federal, que começará a funcionar em junho, no Paraná, fará "uma revolução no sistema penitenciário brasileiro".
Ao participar da formatura da primeira turma de agentes penitenciários federais, Bastos disse que o início das atividades do presídio de Catanduvas "vai ajudar, e muito", no controle, na gestão e no trabalho que se precisa fazer no sistema prisional do país. "As pessoas estão muito bem treinadas e os presídios, equipados com o que existe de mais moderno e sofisticado em matéria de tecnologia. Tenho certeza de que vamos dar um grande passo", afirmou.
Ao todo, serão construídos cinco presídios federais de segurança máxima. Além do Paraná, os estados de Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rondônia e Espírito Santo. Cada um do estabelecimentos capacidade para até 200 presos, que cumprirão pena em celas individuais. Para o ministro, é fundamental integrar a segurança pública do país. "Sem a integração dos esforços, a sinergia entre as forças estaduais e federais, não conseguiremos nos organizar suficientemente para combater o crime".
Indagado se Marcos Camacho (o Marcola), líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), seria transferido para Catanduvas, o ministro disse que não existe lista com o nome dos presos que serão mandados para lá. "Eu não quero fulanizar, não. Os presos serão levados para lá na medida do entendimento das secretarias de Administração Penitenciária dos estados e do Departamento Penitenciário do Ministério da Justiça".
A idéia, explicou o ministro, é que as "vagas sejam muito bem aproveitadas no sentido de desarticular aquilo que esteja articulado para fins criminosos dentro dos sistemas estaduais". De acordo com o diretor do Departamento Penitenciário Nacional, Maurício Kuehne, os presos poderão ficar nesses presídios por no máximo um ano, como determina resolução do Conselho da Justiça Federal.
Kuehne disse também que os presos serão selecionados segundo critérios definidos pela lei, pela sua alta periculosidade e até mesmo em benefício do próprio detento, mas sempre com aval do juiz de execução penal de onde o preso se encontrar. "Nós não podemos identificar a pessoa só em função do crime praticado. Há uma série de particularidades que deverão ser equacionadas para essa situação concreta", afirmou.