Pesquisa revela que 56% dos municípios não garantem qualidade do transporte escolar

25/05/2006 - 19h32

Valéria Amaral
Da Agência Brasil

Brasília - Mais de 5 milhões de alunos da rede pública dependem do transporte escolar, mas em 56% dos municípios brasileiros não existem normas que garantam a qualidade do serviço. As informações são de pesquisa divulgada hoje (25) pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), do Ministério da Educação.

O mapa do transporte escolar reuniu informações de quase 3 mil municípios (51% do total) sobre a situação dos veículos, dos alunos e professores transportados, do custo do transporte e dos recursos aplicados.

De acordo com a diretora de Tratamento e Disseminação de Informações Educacionais do Inep, Linda Goulart, um dos problemas apontados no estudo foi o tempo total de uso da frota. Dos 16 mil veículos próprios dos municípios, 53% têm mais de sete anos de uso. Na frota terceirizada, são 67% dos 34 mil veículos. "Muita coisa precisa melhorar, é preciso dar mais racionalidade. O transporte é essencial por causa da extensão do país. Muitas vezes, sem o transporte, as crianças não teriam acesso à escola", ressaltou.

Na cidade de Abaetetuba (PA), por exemplo, 11 mil alunos do ensino fundamental dependem do transporte escolar para estudar. Segundo o secretário municipal de Educação, Adelino Ferranti, a dificuldade maior é a forma como os alunos são transportados na região onde a maioria das cidades fica ao longo dos rios. "Para se chegar à escola, só de barco. A grande dificuldade se encontra na questão de segurança, pois a maioria dos barcos não é legalizada, não tem autorização dos órgãos competentes, não tem coletes, não tem os dispositivos necessários para uma boa viagem. E na época das chuvas a situação piora", lamentou.

A pesquisa revelou também que a região Centro-Oeste apresenta o custo mensal mais caro do país por aluno – R$ 91. No Sul estão os menores gastos, de R$ 57 por aluno ao mês.