Thomaz Bastos diz que encontro com parlamentares e Daniel Dantas foi ''impessoal''

22/05/2006 - 19h03

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse não haver "nada de estranho" no fato de ele ter se encontrado na semana passada com o banqueiro Daniel Dantas. Bastos explicou que foi a assessoria de Dantas que pediu o encontro. "Eu não acho estranho [o encontro]. Eu tenho tido muitos encontros. Eu não posso submeter a minha agenda a quem quer que seja. Eu avalio aquilo que eu devo fazer e aquilo que eu não devo fazer. O que eu garanto e vocês podem ouvir os parlamentares é que a conversa foi absolutamente impessoal", disse.

O ministro disse que estava acompanhado pelo senador Heráclito Fortes (PFL-PI) e pelos deputados Sigmaringa Seixas (PT-DF) e José Eduardo Cardozo (PT-SP). No encontro, Dantas entregou uma carta a Bastos, na qual dizia nunca ter investigado e nem passado nenhuma informação a nenhum órgão de imprensa sobre contas do ministro no exterior. "Eu levei [as testemunhas] porque achei importante levar até para testemunhar a lisura e a impessoalidade do encontro", explicou.

A carta faz referência à penúltima edição da revista Veja, que trouxe uma lista, supostamente obtida com Daniel Dantas, controlador do banco Opportunity, com dados detalhados de contas no exterior de autoridades e integrantes do governo. Entre possíveis números de contas e os nomes de seus titulares, o texto cita o presidente Lula, que em entrevista à imprensa, criticou a matéria.

Após receber a carta de Dantas, Thomaz Bastos afimrou ao banqueiro que a Polícia Federal investigaria o caso. "A PF vai investigar com impessoalidade e vai chegar às últimas conseqüências, como ela tem feito em todas as operações", disse.