Brasília, 17/5/2006 (Agência Brasil - ABr) - O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou em entrevista coletiva há pouco que em nenhum momento fez qualquer alusão a uma suposta negociação entre o governo de São Paulo e o crime organizado, para conter a onda de violência no estado.
No início da tarde de hoje (17), também em coletiva, o ministro havia comentado a ação do governo paulista frente aos atos de violência atribuídos à facção Primeiro Comando da Capital (PCC). "O que eu disse é que nós estranhamos que eles não tenham aceitado a ajuda e, segundo informações que vocês mesmos [jornalistas] divulgaram, isso ocorreu [ um acordo para que cessassem os ataques]", afirmou.
Tarso Genro disse não acreditar que tenha havido acordo: "Eu disse o que foi divulgado. Minha opinião pessoal é que nenhum governo faria qualquer pacto com o crime organizado". De acordo com o ministro, o governo federal não aceita quaquer imputação de responsabilidade sobre os atos praticados pelo PCC em São Paulo e em outras regiões do país.
"Não aceitamos a alusão à imputação direta ou indireta feita por qualquer autoridade de que o governo federal seja o responsável". Fazer isso neste momento, acrescentou, "é querer partidarizar, eleitoralizar o problema. E, mais do que isso, é declinar de responsabilidades".
Sobre a reação dos oposicionistas, incluindo a obstrução da votação de medidas provisórias no Senado, o ministro se disse convencido de que os trabalhos legislativos serão retomados amanhã (18): "A oposição ficou impactada porque não esperava que o governo federal tivesse uma posição firme sobre essa questão. Tenho absoluta convicção de que amanhã vai estar tudo normalizado e as votações vão continuar, porque a oposição não pode criar pretextos a partir de interpretações politizadas, de maneira inadequada, para interromper os trabalhos do Congresso."