Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio – Cortes de verbas, condições precárias nas unidades e salários de professores defasados. Esses foram alguns dos motivos apontados pela presidente da Associação Docente do Estado do Rio de Janeiro, Milda Alves, para justificar a suspensão, por tempo indeterminado, do vestibular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que estava marcado para o dia 25 de junho. A medida foi acertada ontem (16) pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão da universidade.
Alves criticou a decisão do governo de tentar "remediar" o corte do orçamento para a Uerj, em cerca de 25%, por meio de recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj). "A Faperj não dá segurança de que teremos a reposição real todos os meses e ao orçamento do ano que vem. Além disso, esse dinheiro, que está sendo usado para despejas administrativas da universidade, deveria ser usado em pesquisas".
Em entrevista à Rádio Nacional do Rio de Janeiro, ela afirmou que a defasagem nos salários de professores e servidores é de mais de 53% . E criticou as condições das unidades, que foram classificadas como precárias. "Faltam livros nas bibliotecas, vários banheiros estão interditados e existe a ameaça de desmoronamentos. Em janeiro, uma marquise de dez toneladas veio abaixo", disse.
De acordo com a assessoria da Secretaria de Ciência e Tecnologia, órgão ao qual a Uerj está vinculada, em nenhum momento houve cortes no orçamento da universidade, que acabou ficando em torno de R$ 3 milhões mensais. Segundo a secretaria, no ano passado, foram iniciadas obras na parte elétrica e hidráulica, que já teriam consumido R$1,5 milhão.