Empresários do setor de autopeças pedem a Mantega mudanças na política de câmbio

17/05/2006 - 18h48

Brasília, 17/5/2006 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reuniu-se, na tarde de hoje (17), durante mais de três horas, com empresários do setor de autopeças que querem mudanças na política de câmbio do governo.

De acordo com o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Paulo Butori, embora a previsão para exportações neste ano seja superior aos US$ 7,6 bilhões do ano passado, as perspectivas para 2007 são de queda nas vendas.

Ele disse que a desvalorização do dólar frente ao real se refletirá, no ano que vem, nos contratos assinados este ano. Os valores de 2006 são fruto de contratos do ano passado. "O governo diz que o câmbio é flutuante. Na verdade, é um câmbio é capenga".

Os empresários pediram ao ministro que faça valer medida que vem sendo estudada pelo Banco Central, liberando-os do prazo obrigatório para o fechamento do câmbio. Atualmente, o exportador tem um prazo estipulado para converter a moeda estrangeira internamente.

"Liberar o empresário dessa obrigatoriedade vai causar incerteza no câmbio", disse Butori, ao comentar que quem lucra com esse mecanismo é o mercado de câmbio, porque sabe, com antecedência quando o exportador vai trocar a moeda.

Ele informou ainda que sugeriu ao ministro Guido Mantega a desoneração de impostos para o setor de autopeças e incentivos fiscais para investimentos, porque "há muita incerteza sobre o quer vai ser o futuro das montadoras".

Os empresários também se queixaram de que os governos estaduais não estão repassando para os exportadores as compensações pela desoneração do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], como está previsto na Lei Kandir.

Segundo dados do Sindipeças, o setor emprega hoje 200 mil trabalhadores diretos e realiza anualmente investimentos de R$ 2 bilhões.