Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio - O pesquisador do Centro de Referência Segurança Alimentar e Nutricional da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), e membro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), Renato Maluf, condenou aqueles que freqüentemente criticam a manutenção de programas de transferência de renda no Brasil, alegando que são apenas uma estratégia emergencial e de caráter assistencialista.
"Estes programas têm que ser analisados para ser aperfeiçoados, mas criticá-los é negar a existência do direito (à alimentação)". Para Maluf, os programas fazem parte dos instrumentos e das garantias do direito humano.
Maluf afirmou que essas medidas permitem que as pessoas estejam protegidas contra situações que comprometem a sua segurança alimentar, como, por exemplo, o desemprego e outros episódios da vida que levam a uma condição de vulnerabilidade, como os acidentes naturais. "Várias razões podem levar a miséria que é a marca da nossa sociedade".
Ele defendeu a manutenção dos programas sociais no país: "Os programas devem ser permanentes. Provisória tem que ser a dependência das pessoas a esses instrumentos de proteção", enfatizou.
Maluf atribuiu a resistência aos programas a um comportamento autoritário, conservador e mesquinho da sociedade. "A elite brasileira não se conforma em destinar recursos aos pobres". Para ele é daí que decorre a desigualdade que marca a sociedade.