Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio – O presidente do Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo, Uébio José da Silva, disse hoje (8) que a proposta do governo federal, apresentada em conjunto com a consultora norte-americana Alvarez & Marsal, de dividir a Varig em duas companhias, "é uma falácia".
Segundo ele, seriam necessários U$ 100 milhões somente para colocar em operação as 22 aeronaves que atualmente estão inoperantes. Na avaliação dele, mesmo que o governo subvencione essa quantia vendendo o ativo doméstico da Varig, aconteceria o que foi feito quando houve a venda das subsidiárias Varig Log e Varig Engenharia de Manutenção.
"Coloca dinheiro agora e, daqui a dois meses, a companhia está agonizando novamente. A Varig precisa de uma solução de no mínimo entre U$ 500 milhões e U$ 600 milhões para poder pensar em voltar a ser uma empresa que possa recuperar sua saúde financeira e concorrer de igual para igual nas linhas nacionais e internacionais", afirmou, em entrevista à Agência Brasil.
Ele comparou a Varig a um paciente internado em uma Unidade de Tratamento Intensivo com infecção generalizada. "Se não houver um medicamento forte, ela pode vir a óbito a qualquer momento. Ela pode realmente falir de fato, ir para o chão, como estão a Vasp e a Transbrasil, que não faliram de direito, mas estão no chão".
Uébio disse ainda que os principais prejudicados, em hipótese de falência, seriam os trabalhadores da empresa e os usuários. "O Brasil será também uma grande vítima porque o governo Lula está empurrando o problema com a barriga o problema da Varig".