Presidente da Força reclama de formas de financiamento das centrais sindicais

08/05/2006 - 15h48

Keite Camacho e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - Durante a cerimônica no Palácio do Planalto em que o governo apresentou as medidas para as áreas trabalhista e sindical, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira, afirmou que falta prever formas de financiamento para as centrais sindicais. "Precisamos que o Congresso Nacional nos dê aqueles 20% do imposto sindical que vai para o Ministério do Trabalho, que repasse para as centrais sindicais", afirma.

Paulo Pereira reclama que, embora as centrais sejam reconhecidas, a falta de recursos as impede de atuar de forma ampla. "O governo hoje nos reconhece como instância máxima, mas, por outro lado, não nos dá recursos e não podemos atuar pelo país inteiro", reclama.

Durante cerimônia, nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto, o presidente da Central Ùnica dos Trabalhadores CUT, João Felício, se mostrou otimista com a questão. "Com certeza vamos encontrar um caminho de negociação no Congresso Nacional para que tenhamos as centrais legalizadas, mas em condição de fazer ação política através da sustentação financeira".

Segundo ele, já foram feitas reuniões com os presidentes da Câmara, Aldo Rebelo, e do Senado, Renan Calheiros, para que a medida provisória encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional para legalizar as centrais sindicais contemple a reivindicação de recursos. "Tivemos reuniões com Aldo Rebelo e Renan Calheiros e reivindicamos no Congresso que eles façam um aditamento a essa medida reconhecendo os 20% que vai para o governo federal indo para as centrais para que possamos sobreviver".

Três medidas foram anunciadas hoje (8) pelo governo federal como parte de um pacote para as áreas trabalhista e sindical. O presidente Lula assinou duas medidas provisórias. Uma cria o Conselho Nacional de Relações do Trabalho (CNRT) e outra reconhece juridicamente a existência das centrais sindicais. Lula ainda enviou projeto de lei, ao Congresso Nacional, para regular a formação de cooperativas. O objetivo do projeto é coibir o trabalho informal nas cooperativas.