Nelson Motta
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Ao comentar a entrevista do ex-secretário do Partido dos Trabalhadores, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou que as informações não acrescentaram "nada do ponto de vista político". Para o ministro, a entrevista mostra que o esquema citado por Silvio Pereira não contradiz o governo, mas indica que os planos de obter recursos não tiveram êxito.
"Para o governo, do ponto de visto político, não agregou nada. Pelo contrário. O que fica latente do depoimento de Silvinho, e de maneira muito expressiva, é que o esquema não conseguiu desconstituir as defesas do governo. Nada foi obtido daquilo que o presumido esquema tinha como intenção", afirmou o ministro.
O ex-secretário geral do PT, Silvio Pereira, no último final de semana, em entrevista à imprensa falou sobre o esquema de arrecadação ilegal de dinheiro para o PT. O ex-integrante do PT afirma que a fonte dos recursos que foram "injetados" no partido tem origem em um "pool" de empresas, empenhadas em ganhar contratos com o governo e também em garantir o destino de emendas de parlamentares.
Na entrevista, Pereira também revela que o plano do empresário Marcos Valério com o PT era arrecadar o montante de R$ 1 bilhão, em quatro áreas, todas com pendências na atuação do governo: Banco Econômico, Banco Mercantil de Pernambuco e Opportunity, além de operações de passivos na área da agropecuária. Mas estas operações não teriam dado certo.
Tarso Genro ainda disse que o ex-dirigente do Partido dos Trabalhadores Silvio Pereira é uma pessoa que está "atormentada espiritualmente". Segundo Tarso, o ex-secretário ficou assim, depois de ter sido descoberto com o "presente" que ele recebeu - um jipe da empresa GDK, que tinha contratos com a Petrobras. Na época, o petista disse que cometeu um erro e pediu desculpas à militância do partido.