Ivan Richard e Yara Aquino
Da Agência Brasil
Brasília – A venda ilegal de remédios de manipulação produzidos em Goiás e vendido em estados como Minas Gerais, Distrito Federal e Paraná e até para países europeus trouxe à tona a discussão sobre o controle de produção e venda dos medicamentos manipulados.
Em Goiás, a Policial Federal prendeu cerca de dez pessoas entre farmacêuticos e proprietários de farmácias na ação desencadeada no último dia (25) que ficou conhecida como Operação Caloria. Os remédios produzidos de forma ilegal eram principalmente para emagrecer. Na operação, foram apreendidas mais de 2 mil receitas falsificadas.
Nos próximos dias uma audiência pública será realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para discutir novas regras para o funcionamento das farmácias de manipulação. Elas podem permitir maior controle, por exemplo, com a determinação de que as matérias-primas recebidas estejam adequadamente identificadas e que os rótulos contenham nome do fornecedor, origem com identificação do fabricante, quantidade e outras informações consideradas necessárias.
Antes da audiência, uma consulta pública foi aberta no ano passado pela Anvisa para receber sugestões da população e dos setores envolvidos na questão. A consulta foi encerrada em outubro e agora as sugestões estão sendo consolidadas. Até meados de setembro, a Anvisa havia recebido 6.150 mensagens.
"A proposta veio e emanou da própria sociedade e dela elaboramos um documento que atualizasse as técnicas e que permitisse uma clareza de entendimento maior", explica o diretor da Anvisa, Victor Hugo Travasso.
Travasso avalia que mesmo com a atualização das normas para o funcionamento das farmácias de manipulação ainda existirão casos de venda ilegal de medicamentos. Nesse contexto, argumenta o diretor da Anvisa, a população terá papel fundamental para combater esse tipo de crime.
"A população não deve comprar medicamentos de pessoas que não transmitem responsabilidade, segurança. Ela tem que procurar a farmácia de manipulação de sua confiança, conversar com o farmacêutico, identificar esse profissional", afirmou.