Todas as propostas de interessados na Varig têm de ser avaliadas, diz consultor da TGV

27/04/2006 - 14h04

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - O consultor econômico da TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), Paulo Rabello de Castro, disse hoje (27) que todas as propostas de investidores que aparecerem demonstrando interesse em injetar recursos na empresa deverão ser analisadas por um grupo de reestruturação, já que cada uma delas apresenta moedas e condições de pagamento diferentes. A TGV reúne as associações de funcionários da empresa e sindicatos do setor aéreo.

"Antes de fazer um leilão, é preciso equalizar as propostas para que se saiba o que cada uma vale de fato. Quantas mais aparecerem, melhor", afirmou Castro, em entrevista à Agência Brasil. Segundo ele, o importante e o fundamental é dar a outros grupos, que neste momento estão estudando ofertas, tempo suficiente para oferecê-las.

O economista lembrou que o plano de recuperação da Varig precisa ser "definitivamente cumprido e executado", porque é isso que vai valorizar a empresa negociada. "Na atual circunstância, hoje, qualquer venda não faz sentido, nem vai beneficiar os credores", afirmou.

Uma das novas propostas pelo controle da Varig, Rio Sul e Nordeste Linhas Aéreas foi apresentada pelo consultor Jaime Toscano, representando um grupo de investidores. Para Paulo Rabello de Castro, essa e outras propostas que serão submetidas à apreciação dos credores da Varig no próximo dia 2 de maio não deverão ter nenhum efeito conclusivo porque as condições oferecidas ainda não foram analisadas em profundidade.

"As melhores ofertantes, possivelmente, só vão aparecer no dia em que a Varig começar a se reestruturar efetivamente", disse Castro. Segundo o economista, a Varig vale atualmente R$ 500 milhões e, daqui a 60 dias, pode valer R$ 1 bilhão, apenas pelo efeito da reestruturação. Para ele, "é uma estupidez financeira colocar à venda uma empresa que está estressada hoje só porque tem que entrar um tostão amanhã".