Secretário diz que sem expansão da economia não há como gerar emprego

27/04/2006 - 7h06

Adriana Franzin
Da Agência Brasil

Brasília – Sem crescimento continuado e sustentável da economia não há como gerar empregos. A afirmação foi feita pelo secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Emprego, Marco Antônio de Oliveira, no programa Diálogo Brasil.

"Se a economia se expandir, nós temos chance de expandir também os empregos", disse no estúdio da TV Nacional, em Brasília. Segundo Oliveira, o governo está aberto a negociações. "Há espaço na legislação para mudanças, para criar um ambiente mais propício à geração de empregos".

No estúdio da TV Cultura, em São Paulo, o deputado federal Luiz Antônio Medeiros (PL-SP), ex-presidente da Força Sindical, afirmou que o governo tem dado exemplos de que está aberto ao diálogo, como quando convocou as centrais sindicais para discutir o salário mínimo.

"Não sei porque o governo não nos chamou para discutir a questão do incentivo à geração de empregos", destacou. Para Medeiros, as empresas que empregam deveriam pagar menos impostos. "Não basta o crescimento se não houver incentivo". Segundo ele, a obrigatoriedade da prestação do serviço militar impede que os jovens ingressem cedo no mercado de trabalho.

A diretora da Organização Internacional do Trabalho (OIT-Brasil), Laís Abramo, lembrou a crise do emprego dos anos 80. Segundo ela, nessa época foram implementadas muitas políticas, mas não há evidencias de que essas políticas tenham aumentado significativamente o número de empregos.

"As políticas de incentivo vão interferir nos rumo do próprio crescimento econômico", salientou. Abramo concorda que só o crescimento não basta: "É preciso haver políticas de incentivo". A diretora disse ainda que a referência mundial da diminuição da taxa trabalho infantil deve ser comemorada. No entanto, lamentou: "Ainda existe um número expressivo de crianças trabalhando". Ela participou do programa no estúdio da TV Nacional, em Brasília.

Para o secretário Municipal de Trabalho e Emprego do Rio de Janeiro, Wanderley Mariz, a questão trabalhista não deve ser ponto vista ideológico, mas pragmático. "Uma coisa é regulamentação e flexibilização dos direitos trabalhistas, outra coisa é redução de carga tributária na folha de pagamento".

No estúdio da TVE Brasil, no Rio de Janeiro, ele disse que criança na escola não é criança fora da rua. "Tem de se partir para a jornada ampliada, programas como o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), como o Agente Jovem, que façam com que as crianças tenham tempo ocupado extra-classe". Segundo Mariz, além de contribuir para a erradicação do trabalho infantil, os programas de esportes aumentam a auto-estima das crianças.

Os debates do Diálogo Brasil são mediados pelo jornalista Florestan Fernandes Júnior. O programa é transmitido ao vivo para todo país, sempre às quartas-feiras, das 22h30 às 23h30. As rádios Nacional de Brasília, do Rio de Janeiro e da Amazônia também divulgam, em rede, o programa. Os telespectadores podem participar enviando perguntas e sugestões pelo e-mail dialogobrasil@radiobras.gov.br e pelo telefone (61) 3327-4210.