Valéria Amaral
Da Agência Brasil
Brasília – O Instituto de Defesa e Florestal do Espírito Santo (Idaph) está analisando o histórico da Fazenda Agril, no município de Vila do Riacho (ES), em que a empresa Aracruz Celulose produz eucaliptos. Segundo o porta-voz da Secretaria de Agricultura do Espírito Santo, Arthur Wenersback Neves, o estudo vai apontar se a propriedade ocupada é legítima ou devoluta. "O processo de desapropriação não depende só do governo. Mas a secretaria está trabalhando para promover o assentamento de famílias. A expectativa é de que nos próximos 60 dias a avaliação da situação seja concluída", afirmou.
Cerca de 200 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) reocuparam ontem (26) a Fazenda Agril. A área, que possui 8.900 hectares, foi ocupada pela primeira vez em setembro de 2005. Segundo o MST, a fazenda foi ocupada dessa vez porque o governo do estado descumpriu acordo de que, em 30 dias, faria um levantamento das terras da propriedade para comprovar se área é pública e que poderia ser destinada à reforma agrária.
A Aracruz Celulose informou, em nota, que vai recorrer à justiça para que os integrantes do MST deixem a propriedade invadida. Segundo a Aracruz, essas invasões e manifestações contra empresas que realizam atividades de agronegócio "causam prejuízos materiais, ambientais e científicos às companhias".