Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio – Os funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Rio de Janeiro decidiram voltar ao trabalho. Durante assembléia-geral ocorrida no início desta tarde (27), eles aprovaram a proposta de oferecer uma trégua de dez dias ao governo, como forma de reabrir as negociações. A greve começou no dia 21 de fevereiro e afetou a entrada no país de diversos tipos de produtos que necessitam de inspeção obrigatória.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Sindisprev-RJ), Júlio César Tavares, condicionou a volta plena ao trabalho ao pagamento dos dias não trabalhados e da garantia de que nenhum grevista sofrerá retaliações.

Segundo ele, os funcionários tiveram o ponto cortado no 45º dia de paralisação, que durou 67 dias. "Queremos que o governo cumpra a parte dele. Estamos dando dez dias de prazo. Neste período, vamos continuar em estado de greve, esperando que o governo encaminhe ao Congresso a reivindicação dos trabalhadores", disse Tavares, em entrevista à Agência Brasil. Dentre outros pontos, os funcionários querem equiparação salarial com os colegas concursados, além da inserção no plano de carreira.

Ele informou que, somente no Rio de Janeiro, cerca de 500 toneladas de mercadorias ficaram retidas. Ele garantiu que os funcionários se comprometeram em fazer um mutirão para liberar os produtos o mais rápido possível.

Dados da Associação Brasileira dos Importadores de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares (Abimed) mostram que a greve causou um prejuízo de mais de R$ 700 milhões à indústria farmacêutica, pela falta de medicamentos, produtos químicos e equipamentos médicos.