Paulo Machado
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Para engenheiro agrônomo do Fórum Matogrossensse de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad), James Cabral, o relatório dos fiscais que investigaram o acidente em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso (Clique aqui para ler a série especial "A ameaça dos agrotóxicos". ), não considera o leque de possibilidades do uso de venenos.
"O documento é bastante frágil no sentido de que ele descaracteriza a possibilidade do uso de herbicidas e apresenta conclusões que são bastante questionáveis", referindo-se ao relatório técnico apresentado pelos fiscais federais agropecuários do Ministério da Agricultura em Mato Grosso.
O engenheiro esteve na cidade sete dias após a ocorrência, a pedido do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso. Em companhia do doutor Wanderley Antonio Pignati, eles fotografaram e coletaram amostras das plantas atingidas, entrevistaram autoridades municipais, chacareiros e moradores e encaminharam ao Ministério Público local a denúncia para que fosse instaurado inquérito civil.
Para James Cabral, não se pode concluir, como fez o relatório, a impossibilidade de que um avião tenha pulverizado a cidade. "O trajeto da área atingida, representado por um croqui no relatório, é uma linha reta que não necessariamente corresponde ao que aconteceu. Se uma aeronave com resto de herbicida no tanque sobrevoa a cidade com uma altitude bem superior a altitude de pulverização, o veneno se espalha por uma área muito maior. Em alguns locais cai mais o produto, em outros, não. A distribuição não é uniforme como na baixa altitude", explica.
Clique aqui para ler a série especial "A ameaça dos agrotóxicos".
AM