Paulo Machado
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O caso da pulverização do município de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, evidenciou um debate sobre a saúde pública. A notificação dos especialistas Wanderley Antonio Pignati, mestre em saúde coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e o engenheiro agrônomo James Cabral, da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), diz que o prefeito da cidade faria capina química da cidade com o veneno paraquat/diquat. A suspeita de pequenos agricultores é de que esse mesmo veneno tenha sido despejado sobre a cidade no início de março.
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Para o especialista César Koppe Grisólia, do Departamento de Genética e Morfologia da Universidade de Brasília (UnB), o paraquat/diquat é extremamente tóxico. "A contaminação de lagos e rios [com o veneno] vai causar a mortalidade de peixes e de moluscos. A contaminação do homem por inalação vai causar a longo prazo fibrose pulmonar, dificuldade de respiração e diminuição da capacidade pulmonar. Utilizar esse tipo de veneno para capina química dentro das cidades expõe a população a riscos inadmissíveis", ressaltou o professor em relação ao uso na área urbana.