Carta de Responsabilidades reforça papel da educação ambiental

27/04/2006 - 19h21

Milena Assis
Da Agência Brasil

Brasília – Após caminharem na Esplanada dos Ministérios, os cerca de 600 jovens brasileiros que participaram da 2ª Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente entregaram hoje (27), ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Carta das Responsabilidades. O documento traz os compromissos assumidos em relação ao meio ambiente pelos participantes do fórum.

O documento aborda o tema da conferência, Vamos Cuidar do Brasil, e reforça o papel da educação ambiental por meio de campanhas e palestras. As crianças e adolescentes se comprometem a buscar formas de recuperar áreas degradadas no campo e nas cidades, reflorestar matas ciliares, arborizar escolas e bairros com espécies frutíferas e praticar a coleta de lixo seletiva.

A Carta expressa também que os jovens querem incentivar o uso de energias alternativas como a eólica, a solar e o biodiesel. Pensam em contribuir com a elaboração de cardápios balanceados nas escolas e para o incentivo à agricultura familiar.

Para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, os temas discutidos pelos jovens no evento e nas escolas (biodiversidade, mudanças climáticas, segurança alimentar e nutricional, e diversidade étnico-racial) ajudam a formar uma nova cultura no país. "Está se formando a cultura do cuidado com a vida, com a natureza e principalmente com o cuidado com o Brasil".

O estudante carioca Jefferson dos Santos, de 15 anos, que participou da marcha, disse que quer "fazer um jornal na minha escola, para a minha cidade, dizendo que é preciso preservar o meio ambiente". E acrescentou: "Para mim, o mais importante é preservar a florestas, a biodiversidade e diminuir o preconceito étnico e racial que no Brasil ainda é grande". O estudante disse esperar que Lula transforme a Carta em um documento nacional, a ser posto em prática.

A valorização das culturas das comunidades indígenas surgiu como outra preocupação dos participantes e foi apontada pelo estudante goiano Adenevaldo Teles Júnior, de 14 anos: "Conhecendo a história das pessoas podemos respeitá-las".