Varig não precisa de dinheiro público para ser salva, diz representante dos trabalhadores da empresa

25/04/2006 - 14h28

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Ao participar hoje (25) da audiência pública conjunta que envolveu quatro comissões no Senado para discutir a crise da Varig, o coordenador dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), comandante Márcio Marsillac, afirmou que a empresa não precisa de recursos públicos para se recuperar. "Não é preciso aplicar dinheiro público na Varig para se recuperar esta empresa. O que precisamos é de uma total compreensão desse complexo problema e de uma atuação de todos os pólos. Como o governo é credor e devedor, deve estar na mesa de negociações", disse.

A Varig tem hoje uma dívida que chega a R$ 7 bilhões. Segundo Marsillac, a empresa tem a receber R$ 4,5 bilhões da União; dos estados o valor seria de R$ 1,2 bilhão, em razão das cobranças indevidas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

O comandante defende que seja feito um encontro de contas com os valores que a Varig tem a pagar e a receber, uma vez que, segundo ele, 60% das dívidas da empresa são com a União. "Sabemos que a União e os estados não terão recursos para injetar na empresa. O que poderá ser feito é a compensação, um encontro de contas", explica.

Para o representante dos trabalhadores da Varig, um ajuste necessário para reequilibrar a empresa é a redução dos salários em 30% e a demissão de cerca de 2,9 mil funcionários. Além disso, seria feito um aporte de recursos da poupança previdenciária dos trabalhadores da companhia aérea para capitalizar a empresa. De acordo com Marsillac, a partir desses ajustes internos de pessoal e do encontro de contas, o que restaria seriam dívidas operacionais, como, por exemplo, os leasings das aeronaves.