Daniel Merli e Stênio Ribeiro
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – Apesar de continuarem elevados, como admite o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes, os juros cobrados de empréstimos a pessoas físicas são os menores desde a implementação do Plano Real, em julho de 1994. Em março, a taxa média de juros cobrados para pessoas físicas foi de 59% ao ano. Os dados são do relatório mensal de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro, divulgado hoje (25) pelo BC.
Outro valor que continua alto é o do spread – taxa cobrada pelo banco para fazer empréstimo. Em março, o spread bancário cobrado das pessoas físicas foi 44%. O relatório mostra que o valor cobrado pelos bancos tem aumentado, apesar de o BC ter feito cortes na taxa básica de juros da economia – a taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic).
Mesmo alto e em ascensão, o spread cobrado atualmente pelos bancos está próximo do piso histórico. Segundo o levantamento, a menor taxa cobrada pelos bancos nos últimos dez anos foi de 42,6% ao ano, em abril de 2005.
O crédito direcionado às empresas também apresentou baixa histórica. Em março, os bancos cobraram, em média, 30,7% ao ano pelos empréstimos feitos a pessoas jurídicas. A taxa é a menor desde setembro de 1994.