Jardineiro diz no Senado que Francenildo ''não tem perfil para se vender''

25/04/2006 - 18h43

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O jardineiro Leonardo Moura, amigo do caseiro Francenildo Costa, disse hoje (25), em depoimento na Corregedoria Parlamentar do Senado, que Francenildo é um "homem honesto" e "não tem perfil para se vender". Moura trabalha na casa da jornalista Helena Chagas, diretora da sucursal de Brasília do jornal O Globo, que é vizinha à mansão alugada por ex-assessores de Antonio Palocci em que Francenildo prestou serviços durante muitos anos.

Moura tem sido uma das peças-chave da investigação sobre a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro, já que Francenildo teria lhe contado que recebera dinheiro de seu pai. O jardineiro voltou a afirmar hoje que sabia do interesse de Francenildo e que, ao ver a foto dele (Francenildo) nos jornais teria comentado esse fato com sua patroa, a jornalista helena Chagas.

Segundo denúncias, depois deste episódio, a jornalista teria repassado a informação a fontes do governo, o que teria levado à quebra ilegal do sigilo bancário de Francenildo Costa.

O depoimento de Moura na Corregedoria do Senado durou cerca de 30 minutos e foi presidido pelo corregedor da Casa, senador Romeu Tuma (PFL-SP).

Tuma quis ouvir o jardineiro para esclarecer de uma vez por todas a denúncia de que Francenildo Costa teria recebido dinheiro de políticos da oposição para que fizesse declarações que incriminariam o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci.

Com o depoimento de hoje, Tuma acredita que o assunto pode ser encerrrado dentro da Corregedoria. "Não vou mais ouvir ninguém. A conclusão a que eu chego hoje é que realmente não tem fundamento a denúncia de que o caseiro teria recebido dinheiro para denunciar o ministro Palocci", disse o senador.

Segundo Tuma, quem deve prosseguir agora com as investigações é a Polícia Federal. "Se, por parte da Polícia Federal, houver alguma outra evolução, aí, sim, abriremos o processo na Corregedoria", acrescentou.

Romeu Tuma disse, no entanto, que é fundamental esclarecer, de uma vez por todas, como a informação de que o caseiro teria dinheiro no banco teria chegado a Palocci.