Encontro da Rede de Educação Cidadã avalia programas assistenciais

25/04/2006 - 19h21

Valéria Amaral
Da Agência Brasil

Brasília - Mais de cem educadores populares dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal discutem em Brasília, até sexta-feira (28), estratégias para melhorar a qualidade de vida da população mais pobre, combater a fome e garantir segurança alimentar. No 6º Encontro Nacional da Rede de Educação Cidadã eles pretendem ainda avaliar o trabalho de mobilização social junto às famílias assistidas pelos programas governamentais.

De acordo com a coordenadora da Rede em Minas Gerais, Ana Lúcia Gusmão, o encontro é um momento de troca de experiências. "A meta é desenvolver processos de educação cidadã junto às famílias, criar uma economia solidária, trabalhar a auto-estima nas pessoas, numa perspectiva social de emancipação, para elas enfrentarem o mercado de trabalho e saírem da situação de assistencialismo", afirmou.

O assessor especial da Presidência da República, Selviano Heck, destacou que os programas do governo federal não são suficientes para acabar com a exclusão social e resgatar a condição de cidadania dessa camada da população: "O sujeito precisa de auto-sustentação e para isso, o primeiro passo é fazer a formação das pessoas como sujeitos políticos, para que saibam que eles devem ter acesso aos direitos, à cultura e à qualidade de vida".

Para Sebastião Magalhães, que é educador popular no Amazonas e vive de perto a situação de extrema pobreza de cerca de cem mil famílias, "o desafio é criar oportunidades, é dar condição às pessoas de saírem da situação de isolamento em periferias, sem perspectiva, acomodadas e incapazes de acabar com a situação de dependência quase eterna dos programas sociais".

Ana Lúcia Gusmão lembrou que os resultados da mobilização dos educadores em seu estado já estão aparecendo e citou cinco núcleos organizados com mulheres quilombolas, que vendem seu artesanato, incluindo doces e bolos, graças à mobilização dos educadores. "Hoje elas são uma associação que gerencia as vendas e até troca produtos e informações entre si", disse.