Yara Aquino
Enviada Especial*

Morrinhos (GO) - "O asfalto traz tudo". A constatação é de Araíde Gomes Teixeira, morador do município goiano de Morrinhos, e resume o quanto a proximidade com uma rodovia pode mudar a história de uma região, por meio de novas atividades comerciais que geram crescimento econômico.

Ele acompanhou o desenvolvimento da BR-153, que passa junto a Morrinhos, durante os 37 anos que trabalhou no antigo Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (DNER), hoje substituído pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (Dnit). Araíde Teixeira conta que quando chegou na região, em 1955, era preciso viajar quase um dia para ir de Goiânia a Morrinhos e o caminho "parecia estrada de carro de boi".

Ele lembra que as condições da estrada foram melhorando, veio o asfalto e a obra de duplicação, iniciada em 2000. Embora considere que ainda há muito por fazer, Araíde Teixeira se encanta com a transformação. "Hoje você pode marcar um compromisso em Goiânia, sai daqui e em uma hora e meia está lá. Antes, era metade de um dia ou o dia todo."

A escritora Nilza Diniz Silva, de 80 anos, diz que a BR-153 influi diretamente na história de Morrinhos. Ela lembra que quando a estrada estava sendo construída o planejamento era para não passar muito próximo à cidade, o que não agradou a população.

"Houve uma grita, todos falavam que não era possível que essa estrada, que todos esperavam, não passasse pelo menos aqui perto." E os pedidos foram atendidos: a BR-153 está ao lado de Morrinhos. Nilza Diniz teve vizinhos empregados na construção da rodovia e conta que a cidade ficou bastante movimentada. "Veio muita gente para trabalhar na obra."

Todas as sextas-feiras a escritora e o marido costumam passar por um trecho da BR-153 para ir até Caldas Novas dançar. Ela considera que a duplicação da estrada vai trazer mais segurança para as viagens do casal. "A gente tem medo de passar em certos pedaços e, com a estrada duplicada, evita muito acidente."

Dos cerca de 200 quilômetros da BR-153 que ligam Goiânia a Itumbiara, 130 quilômetros estão duplicados. As obras foram divididas em cinco lotes e iniciadas em 2000. Os trabalhos foram interrompidos em 2003 e 2004 e retomados no ano passado.

* A equipe da Radiobrás viajou a convite do Ministério do Planejamento