Patrícia Landim
Da Agência Brasil
Brasília – Representantes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) solicitaram hoje (21) a renovação de convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, durante reunião com o ministro Patrus Ananias previsto na programação do encontro de lideranças que se realiza até quinta-feira (23) em Brasília.
De acordo com a secretária de Articulação Institucional e Parcerias do ministério, Kátia Campos, "o ministro reconheceu a importância política do convênio, o trabalho que já foi feito, e se comprometeu com o movimento a continuar com a parceria". Na reunião, os catadores pediram capacitação e elaboração de projetos, além de recursos para infra-estrutura.
Kátia Campos informou que o Ministério do Desenvolvimento apóia o Movimento Nacional de Catadores desde o final de 2004 que, por meio da Organização do Auxílio Fraterno (OAF), apresentou resultados além das expectativas. "O convênio previa a formação de 700 lideranças e foram capacitados 1.350 catadores em 22 estados, 199 municípios, e com isso foram identificadas 244 organizações de catadores".
A nova demanda, segundo ela, é que seja feito um censo da população de rua nas cidades de mais de 200 mil habitantes para apontar a quantidade de pessoas nessa situação. "A demanda dos catadores é de R$ 3 milhões, mas o ministro não garantiu que seria todo esse valor disponibilizado neste ano".
Além de várias atividades realizadas durante os três dias do Encontro das 700 lideranças, com discussões sobre globalização, responsabilidade social da iniciativa privada, entre outros assuntos, os catadores capacitados estão trocando experiências, segundo Luiz Henrique da Silva, da equipe de articulação do MNCR de Minas Gerais. "Nós estamos buscando ver o que avançou, no que pode avançar e também fazer um plano de trabalho conjunto tendo como ponto de partida esse convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social".
Ele informou que está previsto para amanhã (22) um encontro das lideranças com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem apresentarão o resultado de uma pesquisa que mostra o quanto é baixo o custo do trabalho gerado pelos catadores de materiais recicláveis. De acordo com Luiz Henrique, em regiões onde o movimento é organizado e tem uma boa infra-estrutura, o posto de trabalho custa R$ 3 mil e para os que trabalham em função de lixões, R$ 5 mil.
"O objetivo é propor uma demanda de geração de trabalho para uma categoria que, mesmo com o crescimento do país, não consegue emprego, pois não tem escolaridade e não tem condições de competir com o mercado. Da mesma forma que há incentivo para as empresas por serem geradores de emprego, também queremos ser reconhecidos como geradores de emprego para esse país", concluiu.