Polícia Federal abre inquérito para investigar quebra de sigilo bancário de caseiro

21/03/2006 - 15h29

Brasília, 21/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - A Polícia Federal abriu inquérito para investigar a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, que teve divulgado o extrato de uma conta de caderneta de poupança na Caixa Econômica Federal. O extrato foi publicado na última edição da revista Época. O inquérito será presidido pelo delegado Rodrigo Carneiro Gomes.

Hoje (21) à tarde, o PSDB deve entrar com representação na Procuradoria Geral da República contra a quebra do sigilo do caseiro. A informação foi dada pela assessoria da liderança do partido no Senado. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, já pediu que a Procuradoria designe um procurador para acompanhar as investigações sobre o caso.

Ontem (20), o advogado de Francenildo, Wlicio Nascimento protocolou notícia-crime no Ministério Público Federal contra a quebra de sigilo bancário, que ocorreu na semana passada, quando o caseiro se encontrava na sede da Polícia Federal, inscrevendo-se no programa de proteção a testemunhas.

Na semana passada, liminar do Supremo Tribunal Federal suspendeu o depoimento que Francenildo prestava na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos. Antes, no entanto, ele confirmou que viu o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, em uma casa alugada por Vladimir Poleto em Brasília. Poleto foi um dos assessores de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto (SP).

O caseiro já havia dito, em entrevista a um jornal paulista, que presenciou, nessa casa, partilha de dinheiro por Poleto e outros ex-assessores de Palocci. Relatou também que o ministro "chegava sozinho, vinha num Peugeot prata, de vidro escuro, dirigindo sozinho". O Peugeot também seria usado pelo ex-assessor de Palocci Ralf Barquete, morto em 2004.

Em resposta à reportagem, a assessoria do Ministério da Fazenda reafirmou que o ministro nunca esteve na casa e disse que ele não dirige em Brasília e, por isso, sempre se utilizou na cidade de carro guiado por motorista particular ou oficial.

Costa foi a segunda testemunha a dizer que viu Palocci na casa alugada por Poleto. A primeira foi o motorista Francisco das Chagas, que prestou serviços para assessores de Palocci em Ribeirão Preto. Chagas fez a afirmação em depoimento na CPI, no dia 8 deste mês.