Bruno Bocchini
Enviado especial*
Uberlândia (MG) – A duplicação da BR-050, no trecho entre as cidades de Uberlândia e Uberaba, região do Triângulo Mineiro, teve de sofrer dois desvios de trajetória, que juntos somam uma extensão aproximada de seis quilômetros. Os desvios permitiram a preservação de áreas de importância ambiental, com nascentes de água, lagoas, veredas e mata nativa.
"Estão sendo tomadas as providências para que não haja nenhum impacto ambiental. Quanto menor o impacto que a gente conseguir com cada uma das inovações, tanto melhor", diz o chefe do escritório regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Uberlândia, Cleber Pereira dos Santos.
A vegetação dominante no Triângulo Mineiro é o Cerrado, o segundo maior bioma do país em extensão territorial. Estudos indicam, no entanto, que na região de Uberlândia, local da duplicação, apenas 9% da vegetação de Cerrado está preservada. "Isso é uma lástima. Temos que tomar providências para que o mínimo impacto seja provocado em cada um dos procedimentos que tenha em vista o desenvolvimento", defende Santos.
O supervisor do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) de Uberlândia, João Andréa Molinero Júnior, destaca que, além dos desvios de trajetória, a obra utiliza um tipo de asfalto reciclado, menos agressivo à natureza. Segundo ele, o asfalto raspado retirado de alguns trechos da pista é realocado em outros, sem a necessidade de despejar o material no meio-ambiente.
"Esse material de fresagem [raspagem] é um material condenado em termos ambientais para se deixar na natureza. Então, nós o reaproveitamos na execução das bases dos nossos viadutos", afirma Molinero.
Nas imediações das obras de duplicação de BR-050 também está sendo preservado um sítio paleontológico descoberto por funcionários da empreiteira que realizava a reforma da pista. Um fêmur de dinossauro foi encontrado nas proximidades do quilômetro 153 da rodovia. Especialistas do Museu de Dinossauros de Peirópolis, distrito de Uberaba, para onde foi levado o osso, agora realizam pesquisas no local.
*A equipe da Radiobrás viajou a convite do Ministério do Planejamento