Rio, 17/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - As 80 maiores empresas do setor de turismo no Brasil, com mais de 67 mil trabalhadores empregados, faturaram no ano passado R$ 25,5 bilhões – um crescimento de 17,3% em relação a 2004.
Os dados constam da segunda edição da Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica de Turismo, divulgada hoje (17) pelo Núcleo de Estudos Avançados em Turismo e Hotelaria (Neath) da Fundação Getúlio Vargas. Encomendada pelo Ministério do Turismo, a pesquisa revela ainda que em 2006 o resultado deverá se repetir: a tendência é de crescimento de 14,6% no faturamento, com até 9 mil novos postos de trabalho.
Os setores de aviação, hotelaria e de operadoras de turismo foram os que mais impulsionaram o crescimento em 2005, segundo Luiz Gustavo Barbosa, coordenador do Neath. Ele destacou que o setor cresce "numa velocidade superior à de outros segmentos tradicionais da economia, como a indústria e a agricultura, e supera as expectativas a cada trimestre e a cada ano pesquisado". Isso mostra, acrescentou, que "o turismo está descolado da economia nacional".
Durante a apresentação da pesquisa, o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, informou que até o fim do ano o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará a primeira Conta Satélite do Turismo no Brasil, um estudo inédito que vai detalhar o setor e definir seu peso dentro da economia do país. O estudo também servirá para comparar o tamanho da indústria do turismo no Brasil com a de outros países, o que hoje não é possível, e ainda saber com precisão a sua influência sobre outros segmentos econômicos.
Mares Guia afirmou que o turismo tem muito espaço para crescer: no plano interno, com a adoção de medidas que baixem os custos dos pacotes, melhorem os serviços e aumentem o número de brasileiros viajando, por meio do programa Vai Brasil, a ser lançado em junho; e no plano externo, com a criação de condições, como o fim da exigência de vistos, o aumento do número de assentos nos vôos das empresas aéreas internacionais, a estruturação de novos destinos e as campanhas de divulgação do Brasil no exterior.
O ministro destacou ainda a estimativa de maior número de empregos no setor em 2006: "Essas empresas disseram que vão contratar cerca de 13% a mais de mão-de-obra, na comparação com o ano passado, quando tinham 67 mil trabalhadores".