Comunidade quilombola em Goiás ganha linha telefônica e acesso à internet

17/03/2006 - 20h11

Ana Larissa Albuquerque
Da Agência Brasil

Brasília - A comunidade quilombola de Kalunga Engenho II, no município de Cavalcante em Goiás, já possuía um computador para atender cerca de 5 mil pessoas e ganhou ontem (16) uma linha telefônica sem fio para o acesso à internet. "Tiramos a comunidade do isolamento: agora, além da energia elétrica do programa Luz para Todos, os quilombolas têm computador e telefone funcionando a um custo muito baixo, apenas R$ 156", informou o secretário de Desenvolvimento do Centro-Oeste do Ministério da Integração Nacional, Athos Magno.

Os técnicos da Secretaria, segundo Athos Magno, estudam formas de estender o programa de inclusão digital para outras comunidades do Centro-Oeste, como Dom de Alma, que ainda não tem energia elétrica. "Muitos grupos quilombolas não têm nem meios de acesso, como estradas, o que dificulta o nosso trabalho", acrescentou.

O secretário explicou ainda que "no caso dos kalungas, nós ainda garantimos educação por meio dos computadores e agora do telefone, sem que eles precisem deixar as comunidades".

De acordo com o mais recente levantamente feito pela Fundação Palmares, do Ministério da Cultura, o país tem hoje 659 grupos de quilombolas. O registro é feito pelas próprias comunidades, por meio de carta à instituição, responsável por emitir a certidão.

A Secretaria para o Desenvolvimento das Comunidades Tradicionais prevê para o fim deste ano a assinatura de um convênio com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para que se faça um levantamento formal das comunidades quilombolas.