Após acordo, sem-terra deixaram fazenda e seguiram para área provisória no RS

11/03/2006 - 14h09

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A saída dos militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da fazenda foi tensa de acordo com a integrante da coordenação do movimento Ana Soares. "A polícia nos impediu de sair da área e nos cercou, impediu a entrada dos caminhões e ônibus", afirma. Já o comandante regional da Polícia Militar em Passo Fundo, coronel Waldir dos Reis Cerutti, contesta a versão e diz que a polícia não impediu que os acampados embarcassem nos ônibus.

"Quando os ônibus foram estacionados eles disseram que não entrariam e foram para a área vizinha com objetos que são fruto de furtos". O coronel Cerutti afirma que os ônibus estão disponíveis para quem quiser sair da região. A desocupação da propriedade também foi aceita após o acordo dos sem-terra de mudarem para uma área vizinha à fazenda.

A intenção inicial das cerca de duas mil famílias era voltar para seus acampamentos de origem, segundo Ana Soares. Contudo, ela conta que os integrantes do MST agora estão em uma terra vizinha da fazenda de propriedade de um agricultor familiar que os acolheu. "Nesse momento vamos ficar na área do pequeno agricultor e entendemos que aqui a polícia não vai poder entrar", explica.

O coronel da Polícia Militar avalia que a situação está sob controle e que não deve haver atrito entre os integrantes do MST e a polícia militar. Até agora, três integrantes do movimento foram presos sob alegação de roubo de objetivos da fazenda e danos materiais a uma viatura da PM. A coordenação do movimento nega as acusações.