Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O governo federal fechou nessa sexta-feira (25) um empréstimo de R$ 6 milhões para a comercialização da safra de uva produzida na região serrana do Rio Grande do Sul. Os contratos, assinados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Banco do Brasil, beneficiam oito vinícolas das cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi, Flores da Cunha e Caxias do Sul. Os recursos deverão ser utilizados para melhorar as condições de armazenamento e conservação da produção.

De acordo com o ministério, os repasses estão vinculados ao cumprimento do acordo firmado entre a indústria vinícola e os viticultores, que fixou um preço mínimo de R$ 0,42 para cada quilo de uva comum adquirido. "Queremos que o setor amplie sua capacidade e por isso estamos criando condições para que as indústrias possam manter o acordo do preço mínimo da uva, com garantia de prazo de pagamento aos agricultores e com justa remuneração", explicou o ministro Miguel Rossetto.

A abertura de uma linha de crédito de R$ 200 milhões para comercialização da safra de uva deste ano foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 17, na abertura da 26ª Festa da Uva, em Caxias do Sul. Segundo o presidente, os valores tomados nesta safra terão vencimento em dezembro de 2007, com taxas de juros de 8,75% ao ano. "Esperamos também que haja uma maior aquecimento das economias locais, o que vai gerar mais empregos na indústria e no comércio", destacou Lula na ocasião.

O apoio ao setor vitivinícola brasileiro pode alavancar a produção e fortalecer a competitividade dos produtos brasileiros, segundo avaliação do presidente-executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani. Ele espera que os R$ 200 milhões anunciados pelo governo federal cubram investimentos de 70% da produção. "Além de um valor muito significativo e de taxas de juros baixas, o mais importante é a ampliação do prazo para pagamento do empréstimo porque a elaboração de vinhos requer um período maior de fermentação, desenvolvimento e envelhecimento do produto, e sendo assim, não acontece a descapitalização dos produtores, o que garante a sustentação financeira da safra", explicou Paviani.

Com informações do Ministério do Desenvolvimento Agrário