Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio – Um exemplo de empresa assumida por ex-funcionários nos moldes da autogestão e que recebe apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é a Uniforja, sediada em Diadema, na Grande São Paulo. No ano passado, a Uniforja faturou R$ 170 milhões e tem previsão de crescimento entre 8% e 10% neste ano. A empresa responde pela geração de cerca de três mil empregos diretos e indiretos. O empréstimo do BNDES foi de R$ 25 milhões para pagamento em dez anos, sendo três anos de carência.
Atuando no segmento de transformação de aço, a Uniforja tem como principais clientes os setores petroquímico e siderúrgico. "Podemos dizer que 50% do que nós fabricamos acaba chegando à Petrobras por meio dos segmentos de engenharia e caldeiraria. Outra parte é constituída de máquinas agrícolas e usinas de açúcar. O principal, porém, é a petroquímica", disse o presidente da empresa, José Domingos.
Segundo ele, a companhia começou a ser estruturada em 1998, com a formação de uma cooperativa integrada por cerca de 400 trabalhadores da Conforja, fábrica que faliu naquele ano. "Mas somente 320 concordaram em assumir a empresa", lembrou Domingos, acrescentando que hoje ela tem 265 sócios e outros 248 funcionários contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
A partir da falência da Conforja, os empregados arrendaram-na por cerca de dois anos e, em 2000, com financiamento do BNDES, conseguiram arrematar em leilão parte do parque fabril e as máquinas. Em 2004, a empresa começou a retomar o mercado internacional, perdido desde 1996.