Adriana Franzin
Da Agência Brasil
Brasília - O senador Paulo Paim (PT/RS) disse hoje (15), no programa Diálogo Brasil que o holocausto não é uma questão específica do povo judeu, mas diz respeito às dizimações que ocorreram em todo o mundo. Para o autor do Estatuto da Igualdade Racial, a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que cria o dia internacional em memória do holocausto, a ser lembrado em 27 de janeiro, marca as violências mundiais. No estúdio da TV Nacional, em Brasília, ele perguntou: "A violência que impera hoje sobre os pobres não é um holocausto?"
Também no estúdio da TV Nacional, a professora Rita Segato, do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB), defendeu que a homenagem é importante porque a "exterminação sistemática da população judaica" marcou o mundo.
O professor de Teoria Política Ottaviano De Fiori, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), que participa do programa no estúdio da TV Cultura, em São Paulo, o anti-semitismo ocidental tem características especiais. Citando Engels, ele afirmou que "o anti-semitismo é o socialismo dos idiotas, porque tende a misturar temas de capitalismo, socialismo, indentificando-os com a questão de raça, o que é um disparate".
No estúdio da TVE Brasil, no Rio de Janeiro, o professor de História Iber Reis ressaltou que a violência caracterizada pelo holocausto é diferente dos fenômenos que ocorreram em outros países. "O holocausto é a vergonha da humanidade", salientou. Mas ressalvou que "não se pode elevar o holocausto a um ponto em que se esqueça das misérias perpetradas pelo capitalismo internacional".
Os debates do Diálogo Brasil são mediados pelo jornalista Florestan Fernandes Júnior. O programa é transmitido ao vivo para todo país, sempre às quartas-feiras, das 22h30 às 23h30. Os telespectadores podem participar enviando perguntas e sugestões pelo e-mail dialogobrasil@radiobras.gov.br e pelo telefone (61) 3327-4210.