Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro das Comunicações, Hélio Costa, classificou de "produtiva" a reunião realizada nesta quarta-feira (15) com representantes de emissoras de rádio e televisão. Na ocasião, os radiodifusores puderam apresentar suas posições em relação à TV digital.
De acordo com o ministro, o setor está preparado para atender as reivindicações do governo no que diz respeito aos instrumentos necessários para a implantação da TV. Esses instrumentos são a alta definição, a portabilidade, a mobilidade e a interatividade. "Eles estão inclusive em condições de iniciar o procedimento de testes em meados do ano e, no segundo semestre, fazer as experiências iniciais", afirmou.
A opinião do ministro é compartilhada por João Roberto Marinho, vice-presidente das organizações Globo e da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). "Vários pontos foram esclarecidos, as televisões colocaram a importância de evoluirmos para a televisão de alta definição no Brasil e também para que possamos transmitir para alvos móveis e portáteis".
Segundo o presidente da Rede Bandeirantes e da Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra), João Carlos Saad, os pontos de consenso superaram os de divergência durante as discussões. "O discurso da radiodifusão brasileira está bem alinhado, todos temos consciência de que sem alta definição o Brasil e as televisões estão fora desse jogo". E completou "estamos conscientes que sem a mobilidade, a portabilidade não conseguiremos competir, especialmente com as mídias pagas".
Marinho afirmou que os representantes das emissoras deixaram claras as manifestações sobre o que desejam, porém, não se posicionaram sobre o padrão a ser adotado. "A negociação de padrão é uma questão de governo e eles vão tratar disso".
Cada ministério envolvido nas discussões deve agora elaborar um relatório e encaminhar ao presidente Luis Inácio Lula da Silva para subsidiá-lo em sua decisão. Segundo Costa, a expectativa é que depois do carnaval os documentos estejam prontos. O ministro afirmou ainda que a decisão a ser tomada por Lula não é exclusivamente técnica, mas uma escolha que envolve técnica, indústria e comércio.
Esse foi o último de uma série de encontros para discutir o tema com setores comerciais envolvidos no processo, como representantes dos três modelos de TV Digital (europeu, americano e japonês), operadoras de telefonia fixa e móvel e empresas do setor industrial. Além do ministro das comunicações e dos radiodifusores, participaram a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff e representantes de outros ministérios.