Fabricante de máquinas elogia mudanças no BNDES, mas pede melhores condições da economia

14/02/2006 - 13h06

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton de Mello, disse ver com otimismo o anúncio da redução do spread – taxa de remuneração – do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A diretoria do banco "mostra competência, esforço e dedicação, vontade de ajudar esse país a progredir", afirmou o executivo. Mello disse, entretanto, que estão faltando condições adicionais para tornar o conjunto suficiente para o investimento produtivo no país.

Ele avaliou que o financiamento é uma ferramenta adequada, mas salientou a necessidade de que o investidor produtivo veja a possibilidade de que, ao adquirir um equipamento, ele terá um produto rentável fabricado por essa máquina. "A primeira condição é ele poder comprar. Isso o BNDES propicia. A segunda condição é ele ter certeza de que o produto daquele investimento será rentável porque, se for para dar prejuízo, ele não vai comprar aquela máquina", analisou.

O presidente da Abimaq explicou que o investidor produtivo difere daquela pessoa que compra um bem de consumo, como um automóvel, uma vez que ele tem a expectativa de prosperar, ou seja, de gerar produtos e ganhar dinheiro com isso.

"Agora, se ele já sabe de antemão que por causa de questões cambiais, taxas de juros elevadíssimas e carga tributária, por melhor que seja a máquina, o equipamento ou as circunstâncias desta produção, ele não terá rentabilidade, ele não vai comprar a máquina", esclareceu. Por essa razão, Newton de Mello afirmou que o financiamento é uma condição necessária, mas não suficiente para estimular o investimento produtivo no Brasil.