Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O nível de emprego na indústria de transformação paulista permaneceu praticamente, estável em janeiro, segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Nesse primeiro mês do ano, foram criados 623 novos postos de trabalho, o que representou uma pequena queda de 0,1% se comparado com o número de empregos gerados em dezembro.
De acordo com a pesquisa da Fiesp, esse foi o pior desempenho na comparação com os demais meses de janeiro dos últimos seis anos. A taxa mais baixa registrada até agora havia sido em janeiro de 2002 (0,24%). No ano passado, o nível de emprego cresceu 0,31%.
O resultado foi "medíocre", na avaliação de Paulo Francini, diretor do Departamento de Economia da Fiesp. "Essa estagnação frustra porque não houve o esperado crescimento e se compararmos a série dos últimos seis anos, na verdade, vemos que o comportamento é anormal com resultado melancólico", apontou Francini.
No acumulado dos últimos 12 meses, o número de vagas abertas atinge a 42.780 com aumento de 2,12%. No fechamento de 2005, o total acumulado alcançou 48.419 postos (2,4%). O levantamento da Fiesp indica ainda que 21 setores aumentaram as contratações, enquanto outros 19 cortaram vagas e 7 mantiveram estável o quadro de pessoal.
Entre os que mais admitiram empregados estão a indústria de artefatos de papel, papelão e cortiça (3,79%); aparelhos elétricos (2,75%) e produtos de cacau e balas (2,68%). Já os três setores que mais eliminaram postos estão Calçados de Franca (-11,39%), Congelados e Supercongelados (-6,80%) e Massas Alimentícias e biscoitos (-6,05%).
Embora mantenha uma análise pessimista quanto ao ritmo de crescimento do setor, Paulo Francini admite que existem muitos fatores positivos acenando para uma recuperação ao longo de 2006. "Nos temos o bom comportamento das exportações que cresceram 20 %, no primeiro mês sobre igual mês do ano passado; o impacto de aumento da renda por meio da correção do salário mínimo com forte expansão em termos reais, o que pode elevar em cerca de R$ 8 a R$ 9 bilhões a injeção de recursos na economia; temos o programa da construção civil e os programas emergenciais do governo federal como, por exemplo, o da operação tapa-buracos".