Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Representantes de 100 entidades fizeram na manhã de hoje, na Câmara Municipal, um ato a favor da atualização integral da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). A manifestação, batizada de "Chega de Confisco", pretendia conscientizar e mobilizar vários segmentos contra a cobrança excessiva de tributos no país.
Organizado pelo Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal de São Paulo (Unafisco-SP), o ato é uma resposta à possibilidade de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atualizar a tabela em 8%. Os manifestantes divulgaram uma nota conjunta assinada por todas as entidades participantes e lançaram um abaixo-assinado.
Segundo a presidente do Unafisco-SP, Carmen Cecília Bressane, a política tributária do país sobrecarrega segmentos que estão além de sua capacidade de contribuição. "Isso fica claro quando não se reajusta a tabela do IRPF que recai diretamente sobre o cidadão brasileiro, sobre o trabalhador".
Bressane afirmou ser preciso rever a sistemática tributária, começando pelo que é cobrado do cidadão. Ela enfatizou que a correção proposta pelo governo (8%) é insuficiente. "Nós temos os estudos que com base nos índices de inflação apurados pelos órgãos oficiais de governo mostram que teríamos que ter 57,66% para repor as perdas inflacionárias nessa tabela".
De acordo com Bressane, é possível e urgente reordenar a tabela do IRPF, principalmente com relação à tributação do capital que hoje é "muito pífia" em comparação com os bens de produção os serviços e o que é cobrado do trabalhador.
"Se a correção de 8% for mantida a população continuará sendo confiscada na parte que não foi reajustada. Continuará pagando a mais o IRPF com deduções baixíssimas, sem a correção devida e, além de tudo isso, ainda contribuirá com os impostos indiretos, pagos quando se usa qualquer serviço, quando faz se qualquer compra, quando se paga a conta de luz".
A presidente do Unafisco ressaltou que a entidade pretende iniciar uma discussão de propostas para o governo para redirecionar o caminho dos tributos no país. "A insatisfação é geral. Dos trabalhadores aos empresários, todos estão insatisfeitos. Nossa primeira proposta é começar dando ao cidadão brasileiro o direito que ele tem de correção da tabela do Imposto de Renda".
Na avaliação dela, a correção permitiria um impulso no mercado, mais dinheiro em circulação, impulso para o comércio a indústria e os serviços. "O nosso manifesto sinaliza a insatisfação e começa a apontar o caminho. É uma exigência da correção da tabela do Imposto de Renda, é o nosso direito e é mostrar que o cidadão brasileiro de forma organizada começa a exigir os seus direitos".