Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os mangues são ecossistemas presentes em todo o litoral brasileiro: da Amazônia a Santa Catarina. Além de importantes para a cadeia alimentar dos oceanos, são fundamentais para as populações que vivem da pesca. Para preservar e incentivar a pesquisa científica sobre a vegetação desses sistemas, o Ministério do Meio Ambiente lançou hoje (10) o Projeto GEF Mangue.
Os investimentos chegam a US$ 15 milhões, dos quais US$ 5 milhões doados pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF) por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e US$ 10 milhões do Ministério do Meio Ambiente, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Ministério de Ciência e Tecnologia e de universidades que têm projetos de preservação de mangues em todo o país. O projeto terá a duração de até cinco anos e prevê a continuidade das ações depois desse período.
"Preservar o mangue é uma atividade fundamental do ponto de vista ambiental, social e econômico. É um ambiente extremamente rico, de altíssima produtividade biológica e, ao mesmo tempo, fornece nutrientes e abrigos para espécies marinhas que passam no mangue um período de sua fase juvenil. Esse projeto visa promover, pela primeira vez, um investimento grande nesse ecossistema e busca integrar esforços na preservação", disse o secretário de Biodiversidade e Florestas do ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco.
Um dos focos do programa será a preservação dos mangues do Maranhão, o estado com maior concentração de mangue no país e uma das maiores do mundo. A expectativa é que a partir de julho os recursos comecem a ser empregados efetivamente nos projetos de preservação dos ecossistemas e que os mangues – principal fornecedor de recursos que garantem a subsistência de milhares de pessoas – sejam protegidos.
"Milhares de comunidades litorâneas no Brasil vivem diretamente do uso de recursos naturais dos manguezais, como o caranguejo, vários tipos de peixe e camarão. É um ambiente muito produtivo que fornece subsistência para milhares de família e que o projeto visa preservar", disse Capobianco.
O secretário do ministério do Meio Ambiente afirmou que será feito um diagnóstico da situação dos mangues, já que várias áreas foram degradadas, aterradas e eliminadas para o uso da madeira. "Vamos olhar a situação real em todo o país, onde são as áreas críticas para gerar políticas públicas, implantar unidades de conservação em áreas críticas, promover pesquisas científicas que ajudem a definir prioridades que nos permitam conhecer melhor alguns aspectos da biologia e da ecologia dos manguezais", disse.