Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil
Fortaleza - A partir de uma pesquisa de campo, três pesquisadores do Banco do Nordeste descobriram que o programa Fome Zero está direcionado para quem realmente precisa: o pobre que vive na zona rural, come pouco e mal, mora em condições precárias, não tem instrução, nem condições de sair dessa situação de extrema pobreza sem ajuda do Estado.
O estudo intitulado "Fome Zero no Nordeste do Brasil: construindo uma linha de base para a avaliação do Programa" é do economista Ayrton Saboya Valente Jr, da socióloga Viviane Queiroz Cerqueira e da engenheira agrônoma Maria Odete Alves. O levantamento se concentrou em seis municípios nordestinos. Mas, segudo eles, pode servir de base para toda a população atendida pelo Fome Zero, que inclui programas como o Bolsa Família.
Os resultados mostram claramente a situação de insegurança alimentar em que vive essa população, embora os dados tenham sido coletados ainda em 2003. Os pesquisadores escolheram seis municípios com os índices de desenvolvimento humano mais baixos da região: Quixelô e Irauçuba, no Ceará, Betânia do Piauí e Guaribas, no Piauí, Cerro Corá e Taibu, no Rio Grande do Norte.
Foram aplicados 182 formulários para um público de 4.225 beneficiários cadastrados. "Eles têm uma renda monetária extremamente baixa mesmo para os padrões do Nordeste, a inserção ocupacional é precária, o nível educacional é baixo e aproximadamente 80% são produtores rurais, mas não são proprietários da terra", diz o economista Ayrton Valente Jr. "A maioria é de mulheres, com filhos pequenos, que se dividem entre o trabalho na roça e as atividades domésticas."
O estudo "Fome Zero no Nordeste: construindo uma linha de base para a avaliação do programa" foi publicado pelo escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE), do Banco do Nordeste.