Fundo será criado para ajudar regiões afetadas por barragens de Cana Brava e Serra da Mesa

10/02/2006 - 15h55

Adriana Franzin
Da Agência Brasil

Brasília - Em reunião realizada hoje (10), em Brasília, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), o Ministério de Minas e Energia e as empresas de energia elétrica Tractebel, Furnas Centrais Elétricas e a Companhia Paulista Força e Luz estabeleceram a criação do Fundo Social de Desenvolvimento Regional para assistir a região das barragens Cana Brava e Serra da Mesa (GO).

O Banco doou US$ 1,1 milhão para auxiliar o desenvolvimento da região. A Tractebel doará US$ 500 mil para a região de Cana Brava e a Furnas Central Elétrica e a Companhia Paulista Força e Luz contribuirão com US$ 250 mil cada uma para a região da Serra da Mesa.

De acordo com o MAB, a usina hidrelétrica Cana Brava, construída pela empresa belga Tractebel Suez, trouxe impactos ambientais e sociais. "Das 946 famílias retiradas da área de alagamento da barragem, apenas 123 foram indenizadas", informou. Segundo ele, o dinheiro angariado com o Fundo vai ajudar a população: "Não resolve totalmente o problema, mas melhora a qualidade de vida das famílias".

Para Gilberto Cervinski, também da coordenação do MAB, os R$ 4,5 milhões não serão suficientes para resolver a situação das famílias: "Deveria haver um programa de moradia, de instalação de luz. Esse valor corresponde ao faturamento de quatro ou cinco dias de uma empresa só". Para ele, "é uma contradição muito grande dizer que a barragem traz desenvolvimento para a região, se expulsou tantas famílias e tem cinco postos de trabalho em Goiás".

De acordo com o BID, nove municípios do estado de Goiás serão assistidos pelo Fundo. A assessoria de comunicação do banco informou que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) também irá colaborar, doando R$ 600 mil para o gerenciamento do projeto, serviços e capacitação dos beneficiários. Ainda segundo a assessoria, os trabalhos de administração do Fundo, feita pelo BID, MAB, empresas e Ministério, serão acompanhados por um técnico da Casa Civil.