Medidas do governo são insuficientes, diz militante de movimento por moradia

09/02/2006 - 11h39

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Representantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) classificaram como "mínimas" as medidas de incentivo à construção civil lançadas na terça-feira (7) pelo governo federal. O conjunto de ações prevê mais recursos da poupança para financiamentos de imóveis para a classe média e para o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, além de isenção ou redução de imposto para materiais básicos de construção.

"O pacote de medidas é insuficiente. Não atende o déficit habitacional do nosso país. Não atende a população pobre do país", criticou o integrante da direção nacional do movimento, Eloísio Godinho, após reunião com o presidente em exercício José Alencar, no Palácio do Planalto. "O Crédito Solidário (voltado para cooperativas e associações) enfrenta uma série de obstáculos por parte da Caixa Econômica Federal, como a questão do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e da Serasa."

No encontro com Alencar, os representantes do MLB fizeram uma lista de reivindicações: construção imediata de 400 mil casas populares, congelamento das tarifas públicas (transporte, energia), redução da taxa de juros, fim da criminalização dos movimentos sociais e construção de uma escola de formação para os 10 mil militantes do movimento.

Eloísio Godinho informou que o movimento deve realizar uma jornada de ocupação de terrenos e prédios públicos para que o governo mude a política econômica. A jornada deve ser realizada no próximo mês em treze estados, principalmente na região Nordeste. "Achamos que a política econômica continua atendendo os interesses do FMI (Fundo Monetário Internacional)", diz ele.