Comércio de escravos marcou ligação com o Benin no século 18

09/02/2006 - 20h54

Vitor Abdala
Enviado especial

Cotonou (Benin) - A República do Benin é a segunda parada desta visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao continente africano. Localizado no oeste da África, na parte norte do Golfo da Guiné, o país tem sua economia baseada na agricultura. Entre os produtos exportados por Benin estão algodão, abacaxi, óleo de palma e castanha de caju.

O presidente Mathieu Kerekou está no poder desde 1996 – foi reeleito em 2001. Antes, havia chefiado a nação por 18 anos, entre 1972 e 1990. Novas eleições presidenciais estão marcadas para março.

A ligação do Benin com o Brasil remonta ao século 18, quando se tornou um dos principais entrepostos de comércio de escravos. Entre os séculos 17 e 19, Franca, Inglaterra, Dinamarca e Portugal estabeleceram escritórios comerciais no território. As religiões vodu e candomblé são algumas das heranças deixadas pelos escravos vindos do Benin.

No século 18, descendentes de comerciantes e ex-escravos começaram a fazer o caminho inverso de seus ancestrais e partiram do Brasil, principalmente do estado da Bahia, para o Benin. Acredita-se que essas pessoas, chamadas de agudás e que ainda mantêm parte da cultura brasileira, representem hoje, pelo menos, cerca de 5 mil pessoas dos 7,4 milhões de beninenses.