Palocci volta a negar esquema de propina na prefeitura de Ribeirão Preto

26/01/2006 - 10h31

Marcela Rebelo e Luciana Vasconcelos
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, no Senado, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, voltou a negar a existência de um esquema de propina em Ribeirão Preto, onde foi prefeito por duas vezes (93/96 e 2001/2002). "Afirmo categoricamente e oficialmente que não ocorreu esquema", disse o ministro. Segundo ele, podem ter ocorrido irregularidades, como ocorrem em outros órgãos de grande porte. "Mas se um evento como esse tivesse ocorrido, eu saberia", afirmou.

O suposto esquema de propina em Ribeirão Preto foi denunciado pelo advogado Rogério Buratti à comissão. Segundo ele, empresas como a Leão&Leão, responsável pela coleta de lixo da cidade, entregavam R$ 50 mil mensalmente a um dos assessores de Palocci. Há pouco, na CPI, o ministro afirmou que teve "relacionamento" com a empresa, mas sempre de forma "transparente", com contribuições eleitorais declaradas na prestação de contas.

Sobre o ex-funcionário da prefeitura de Ribeirão Vladimir Poleto, Palocci disse aos parlamentares não mantinha contato direto com ele, "pouco o conhecia", e nunca esteve na casa onde o economista se hospedava em Brasília, supostamente para fazer tráfico de influência no governo. Poleto é acusado ainda de transportar dólares vindos de Cuba para a campanha presidencial de 2002. Em depoimento, à CPI, ele disse ter falado sobre o assunto para a revista Veja embriagado.